1ª página das Categorias de Aristóteles |
O mundo está cada dia mais burro e a burrice, aliada à arrogância comum dos ignorantes modernos, está se tornando imoral e danosa à sociedade como um todo. A enorme dificuldade que encontramos hoje para debater qualquer assunto está relacionada a uma profunda ignorância sobre as categorias das "coisas". Sem esse conhecimento, são comparadas coisas de categorias diferentes e refutadas questões que nem sequer foram colocadas. Este triste estado de coisas é o resultado do Politicamente Correto, a praga que se alastrou por toda cultura ocidental nas últimas décadas e está destruindo a capcidade analítica das pessoas.
Tenho encontrado dificuldade até mesmo para expor os argumentos, pois os "debatedores" não conseguem identificar a diferença entre os conceitos e nem percebem mais os absurdos que estão dizendo. Por essas e outras, a leitura das Categorias, o primeiro livro do Organon (conjunto de textos lógicos do filósofo estagirita) é condição sine qua non para quem pretende debater com o objetivo de encontrar a verdade.
Seguem abaixo as palavras do próprio Aristóteles:
"As palavras sem combinação umas com as outras significam por si mesmas uma das seguintes coisas: o que (substância), o quanto (quantidade), o como (qualidade), com o que se relaciona (relação), onde está (lugar), quando (tempo), como está (estado), em que circunstância (hábito), atividade (ação) e passividade (paixâo). Dizendo de modo elementar, são exemplos de substância, homem, cavalo; de quantidade, de dois côvados de largura, ou de três côvados de largura; de qualidade, branco, gramatical; de relação, dobro, metade, maior; de lugar, no Liceu, no Mercado; de tempo, ontem, o ano passado; de estado, deitado, sentado; de hábito, calçado, armado; de ação, corta, queima; de paixão, é cortado, é queimado."
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