Última Live de 2018 - O Brasil e a Nova Ordem Mundial



Farei hoje, às 21 horas, a última live de 2018. Pretendo responder às perguntas pendentes e àquelas que chegarem durante a transmissão. Também conversaremos sobre o ano que está terminando e as perspectivas para 2019.

Inscrevam-se no canal e participem.

Hoje tem Live no You Tube



Hoje (07/12/18) tem live no Youtube, às 21 horas. Vou responder às perguntas dos leitores e revelar o vencedor do sorteio do livro prometido na semana passada. Participem e ajudem a divulgar.

Link para se inscrever e participar:



Aproveite e assista à Live da semana passada (30/11/18):


Fotos do Lançamento na Livraria Martins Fontes



Agradeço aos amigos e leitores que compareceram ao lançamento do livro "O Brasil e a Nova Ordem Mundial", que aconteceu no domingo, 02 de dezembro. Eis algumas fotos que eu recebi. Mande a sua.


























Última Chamada



Farei hoje, das 15 às 18 horas, uma tarde de autógrafos na Livraria Martins Fontes, na Avenida Paulista 509, a 50 metros do Metrô Brigadeiro. O estacionamento fica na Rua Manoel da Nóbrega, 88. Ficarei muito feliz com a presença de vocês. Abraços e bom domingo.

Vídeos: 6 hangouts para você assistir



Desde o final de outubro de 2018 tenho feito hangouts sobre assuntos relevantes e convidados ilustres, com grande conhecimento dos temas tratados. Assista, inscreva-se no canal e compartilhe com seus amigos. Toda semana tem vídeo novo no canal.


Universidade e Ideologia 
Com o professor Rodrigo Jungmann




Impunidade e Criminalidade
Com a Promotora Cláudia Piovezan




Saul Alinsky e a Guerra Cultural
Com Márcio Scansani e a André Assi Barreto




Jair Bolsonaro e a Nova Ordem Mundial
Com Daniel Ferraz




Fake News e Guerra Assimétrica
Com Fábio Blanco




Luis Vilar, jornalista, escritor e palestrante
Panorama político e eleitoral







Inscreva-se no canal e acompanhe os hangouts e lives semanais.

www.youtube.com/c/AlexandreCosta


Hangout: Rodrigo Jungmann

Hoje, 28/11, farei um hangout com o Professor Rodrigo Jungmann, da Universidade Federal de Pernambuco. Falaremos sobre a hegemonia cultural nas universidades, o uso da ideologia em sala de aula e a perseguição que ele vem sofrendo por discordar da manada. 
Não percam, o homem é fera!


Data: 28/11/2018Horário: 20:00Local: www.youtube.com/c/AlexandreCosta


Inscrevam-se no canal e participem.


Tarde de Autógrafos



Anotem na agenda: dia 2 de dezembro de 2018, domingo à tarde, na Livraria Martins Fontes da Avenida Paulista, em São Paulo. 
Espero vocês. ✍️📗

Folha de São Paulo, Fake News(Paper)

A matéria de ontem da Folha de São Paulo apresenta algumas curiosidades. Primeiro, o jornal que chama de “suspeito” até o criminoso confesso, que escreve “suposto” mesmo quando existem cenas gravadas de um crime, escreveu objetivamente “empresas bancam” (mensagens a favor da campanha de Jair Bolsonaro). Ao longo da reportagem ocorre a mesma coisa, ao invés do “teria” ou "seria", tão usados naquela redação, a jornalista fez questão de usar palavras e expressões bastante objetivas, como se estivesse mostrando provas irrefutáveis, coisa que qualquer um que saiba ler percebeu que não foi o caso: a matéria diz que a Folha “apurou”, mas não apresentou (ao menos até agora) nenhum documento, nenhum depoimento que corroborasse suas afirmações taxativas –  todos os ouvidos negaram.

A segunda curiosidade é o timing. Na última semana, após as publicações dos institutos de pesquisa (que eu nem levo em consideração), indicarem não apenas a vitória de Jair Bolsonaro, mas também a tendência de aumentar a distância do segundo colocado, o PT e seus puxadinhos começaram a colocar a culpa no WhatsApp, nas redes sociais e nas chamadas Fake News, em uma típica fuga da responsabilidade: o partido que destruiu o Brasil e teve dezenas de seus membros presos por corrupção insiste na ausência de senso crítico, coisa que foi eternizada na fala do aliado Cid Gomes.



GOMES, Cid
Vocês lembram quando vários órgãos da grande imprensa publicaram uma manchete idêntica, no mesmo dia e no mesmo horário, “coincidentemente” defendendo o investidor George Soros? Pois é, agora um dos seus tentáculos, o Avaaz, está oferecendo um prêmio de U$100.000,00 para quem entregar provas que comprometam a candidatura de Jair Bolsonaro, Essa oferta generosa ocorre logo após a matéria da Folha de São Paulo, escrita pela petista declarada Patrícia Campos de Melo e poucos dias depois de outros capangas de Soros, as agências de Fact Checks e os censores disfarçados de caçadores de Fake News, pressionarem o WhattsUp para silenciar os eleitores do Capitão.







Para quem não sabe, George Soros é o mesmo que disse que destruiria Donald Trump, que criou um Partido das Sombras” que controla a banda podre do Partido Democrata americano e é dono de uma ONG, a Open Society, que entre outras maravilhas possui um braço chamado Project Syndicate, que produz e distribui “informações” para dezenas de milhares de jornalistas em todo o mundo. Além disso, Soros é conhecido no Brasil por financiar o “jornalismo” isentíssimo do Mídia Ninja, entre outras aberrações ideológicas.
Coincidências



A Open Society, que é uma das principais financiadoras das causas defendidas pela esquerda internacional, é uma organização estrangeira, e segundo a nossa Constituição, não pode influenciar o processo eleitoral sob pena de crime eleitoral. Mas isso ninguém da grande imprensa vai lembrar porque afinal de contas o Titio $oros é um cara legal. Também não vão lembrar que o ex-Folha de São Paulo Fernando de Barros e Silva, atual diretor de redação da revista Piauí, revelou que em uma reunião interna na Folha a cúpula do jornalismo admitiu que tentariam prejudicar Bolsonaro “fingindo fazer jornalismo”.



Vale lembrar também, já que a grande imprensa nunca lembrará, que quase todas as acusações contra os apoiadores de Bolsonaro foram desmentidas: o assassino do capoeirista já confessou que o crime foi consequência de uma briga de bar e que a motivação não passou nem perto das razões políticas que a mídia tanto proclamou. As pichações nazistas também foram desmascaradas, pois os responsáveis foram presos e tinham feito também pichações contra o candidato do PSL. Sem falar na distribuição de capim, nas ofensas na porta da CNBB e muitas outras que já se provaram atos perpetrados por petistas com o intuito de manchar a imagem do adversário.

Quem promove, de fato, as Fake News?




Link:  https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2018-10-18/pichacao-nazista-rj.html

Como se sabe, a coisa é bem complexa e não se resume à influência do diabólico Soros, nem à ideologia que corre nas veias da imprensa amestrada, contribuem também para esta campanha midiática contra Bolsonaro as motivações mais mesquinhas e rasteiras, causadas pelas suas declarações de que vai cortar parte das verbas de publicidade estatal. Neste grupo que se indigna por simples interesses fiduciários também podemos elencar o Bonde da Rouanet, apavorados com a possibilidade de verem suas “genialidades” obrigadas a buscar patrocínio entre empresas e consumidores, como acontece com qualquer um dos mortais que não pertencem ao Olimpo das celebridades. Uma ofensa, na visão deles.





Essa tigrada, que se ofende por não conseguir mais influenciar o povão, parece não ter entendido o que está acontecendo. Não entenderam ainda que o brasileiro médio acordou e usa as redes sociais para se libertar desses tutores que o enganaram e o exploraram durante décadas. Como subestimam a inteligência das pessoas na mesma proporção em que se consideram inteligentíssimos, os totalitários acreditam que podem tutelar a opinião pública e cercear os direitos alheios porque na mente doentia dessa gente nojenta as suas opiniões valem mais e pronto. Para eles o povo não está apto a fazer suas escolhas. São totalitários por natureza, mas fingem defender a democracia porque, além de tudo, são covardes dissimulados, daí a língua bifurcada e os eufemismos tão corriqueiros no seu vocabulário viciado e venenoso. Ou alguém acredita que Petê e o Peçol estão querendo “mais democracia” quando tentam censurar o que restou da imprensa livre, o Facebook e até o WhatsApp?


As evidências de que essa denúncia contra Bolsonaro é mais falsa do que nota de 7 são inúmeras e qualquer um que tenha estudado um pouco o panorama político e suas complexidades acha até graça quando vê que apesar do desespero e das tramas mirabolantes, o eleitorado parece que não cai mais nessa conversa mole e não se curva mais à pretensa autoridade midiática, prefere confiar na mensagem da tia, do amigo e do vizinho, que sabidamente não possuem os interesses desta casta pensante que se acostumou a mandar no país. Felizmente, e contra a vontade dos censores e totalitários, as redes sociais vieram para ficar, e para destronar os autointitulados gênios da raça. Como diria o Daciolo, Glória a Deuxx.



O Brasil e a Nova Ordem Mundial - Vídeo sobre o novo livro




Novo vídeo no canal do escritor Alexandre Costa, autor das obras "Fazendo Livros", "Introdução à Nova Ordem Mundial", "Bem-vindo ao Hospício", "O Novato" e "O Brasil e a Nova Ordem Mundial".



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Nova Ordem Mundial no FB: www.facebook.com/livro.novaordemmundial
Bem-vindo ao Hospício no FB: www.facebook.com/bemvindoaohospicio

Bem-vindo ao Hospício, por Francisco Escorsim


Bem-vindo ao Hospício

Quando decidi escrever neste espaço sobre a chamada “nova direita”, tinha apenas um objetivo: ler e resenhar os livros publicados por autores que a integram, gostem ou não dessa inclusão que é apenas constatação de um fato. Não demorou para perceber que não daria para falar dessas obras sem contextualizá-las melhor nas circunstâncias em que nasceram, o que me levou a rascunhar as origens da “nova direita”, destacando fatos e pessoas de importância fundamental para o que veio depois. Agora que cheguei à fase em que os livros começaram a ser publicados, compreendi por que, lá no início, achava que deveria começar as resenhas pelos livros do Alexandre Costa. Não, não é o fundador da Cacau Show. Quem é, então?

Entendo se você se fez essa pergunta. Alexandre Costa não faz questão de participar das turmas da “nova direita”, algo essencial se quisesse se tornar mais (re)conhecido dentro dela. Porque essa “nova direita” mal entrou na adolescência, época em que a falta de personalidade é mascarada por uma identidade grupal visceral. Por isso qualquer um que dela faça parte será inevitavelmente enquadrado como sendo desse ou daquele grupo, ainda que não faça parte de nenhum. O que mais temos na “nova direita”, aliás, são pessoas que se identificam muito mais por negativas e exclusões do que outra coisa. A começar por aqueles que são de direita por e para não serem de esquerda, seja lá o que a direita for. Daí o fenômeno bem comum de termos conservadores ou liberais que assim se identificam com uma dessas posições mais para não serem confundidos com a outra. Dê uma mirada em muitos perfis de neodireitistas nas redes sociais e verá a quantidade de orgulhosos conservadores e liberais que se orgulham mais do que não são do que por aquilo que seriam, se de fato fossem.

Vai nessa percepção menos uma crítica e lamento do que a constatação de um fato crucial que é, no meu entender, o ponto de partida para compreender a “nova direita” a partir da realidade concreta na qual surgiu, qual seja, num contexto de despertar cultural e político que leva primeiro a descobrir o que não se é nem se quer para só depois, se amadurecer, tornar-se quem deverá ser e sabendo pelo que lutar. O que a paralisação dos caminhoneiros revelou senão justamente que temos muito a reclamar sem saber direito o que pedir? Ou alguém aí da “nova direita” vai dizer que a greve foi boa quando resultou em tabelamento de preço e consequente aumento de tudo o mais para bancar uma única conta, a do diesel? Enfim, enquanto esse amadurecimento não acontece, se é que vai ocorrer, melhor lema não há para a “nova direita” do que o verso de uma música da Legião Urbana, típica banda para adolescentes: “Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto”.

Nesse contexto, o sujeito que desperta recebe da realidade um “bem-vindo ao hospício”, que também é o título feliz dado por Alexandre Costa ao seu segundo livro, editado pela Vide em 2016, e cuja leitura recomendo a quem quer antes se orientar na confusão em que vivemos do que correr para fazer parte do grupo que for. Volta e meia, aliás, recebo pedidos de recomendação do que dar para ler para quem “acordou” da anestesia do politicamente correto ou do esquerdismo ainda reinante. Quase sempre indico este livro. Porque Alexandre é didático, simples e “descomplicador”. Além disso, não fala desde o ponto de de vista da “direita” ou algo assim, mas desde o seu próprio ponto de vista de escritor espantado com a loucura reinante e tentando apenas expressá-la: “o objetivo deste livro é simplesmente reunir algumas destas observações, que estão muito mais próximos do espanto do que da indignação”.

Mas expressar algo é também dar-lhe uma forma que pode ser mais ou menos condizente com a realidade do que se expressa. No caso desse livro, o que vai ganhando forma à medida que avançamos na leitura é a do próprio tratamento da loucura que diagnostica. O apanhado de sintomas e exemplos de uma sociedade doente, que ele classifica em psicoses políticas, neuroses culturais e loucuras sociais, não é exaustivo, nem pretende ser, mas é suficientemente completo para que o leitor faça um diagnóstico de si e dos demais à sua volta e descubra que “nas doenças intelectuais que abordamos aqui elas nunca surgem sem que tenham sido influenciadas por uma espécie de ignorância histórica que costuma evoluir para o que podemos chamar de amnésia coletiva. Da ignorância e amnésia passamos à histeria e a praticamente todas as outras neuroses”.

Ignorância histórica se cura com conhecimento da história, é claro, mas quando a ideologização do senso comum chegou ao ponto em que chegou, o que seria até simples de se resolver, bastando interesse e força de vontade, tornou-se bastante complicado, sendo mais fácil e infelizmente comum o indivíduo confiar no conhecimento de alguns cuja autoridade não advém de outra fonte que não a do grupo ao qual agora passou a pertencer. Tipos assim acabam enlouquecendo também, é claro: “O meu tipo favorito de ‘doido destro’ (…) é aquele cara que acredita que o simples fato de ser aluno ou leitor esporádico de alguém reconhecidamente inteligente faz dele um sábio sem esforço, por osmose. Como se ele já soubesse tudo aquilo que seus professores sabem e não apenas o que ele aprendeu, assim que consegue repetir dez ou vinte afirmações verdadeiras abandona o seu passado e troca de ‘roupa intelectual’. Logo após algumas postagens bombásticas no Facebook passa a agir (e pensar!) como um conselheiro independente que a sociedade deve ouvir caso queira estabelecer a paz, a moral e a civilização, essas coisinhas simples”. Por isso o autor tem toda razão em avisar: “Não pense o leitor que a insanidade é um monopólio da esquerda”.

Ao fim do livro, Alexandre dá um relato pessoal que nos serve de exemplo de como curar a ignorância histórica: começando por compreender melhor a sua própria história de vida. Ao escrever o livro, Alexandre se deu conta que, depois de décadas trabalhando em vários empregos e ramos profissionais, muito desses anos em editoras, um único espanto perpassa sua vida e o move a escrever: “o espanto de perceber como grande parte das pessoas da minha geração, seja no campo profissional ou pessoal, se afasta da realidade em busca do conforto da adequação. Vi isso acontecer diante do meus olhos: o sujeito enlouquece só para não ofender os outros loucos”.

É por isso que costumo recomendar a leitura desse livro do Alexandre aos recém-despertados nesse hospício em que vivemos. Porque ele dá um exemplo não só de alguém que não enlouqueceu para se adequar ao que quer que seja, como também de quem assumiu sua vocação, no caso a de escritor, tendo consciência de sua capacidade e limitações. Para compreender melhor esse exemplo é preciso falar também do seu primeiro livro, Introdução à Nova Ordem Mundial, editado por conta própria em 2013 e com uma segunda edição revista e ampliada publicada pela Vide em 2015. Se Bem-vindo ao hospício foi fruto de um espanto, este foi resultado de uma curiosidade de tentar entender o evento histórico mais relevante do século 21 até o momento: o atentado de 11 de Setembro nos EUA.

Isso o levou a descobrir e começar a conhecer o que se convencionou chamar de Nova Ordem Mundial, que segundo o autor “é um conjunto de iniciativas que visam a implantação de um governo mundial estruturado em camadas, mas centralizado em uma entidade global – talvez a ONU, talvez uma que venha a ser criada”. O livro, porém, não é uma análise desse fenômeno, mas uma coletânea das informações colhidas em mais de dez anos de estudos cujo objetivo é o de “servir de porta de entrada para a compreensão da mudança civilizacional que atravessamos. (…) Por serem bastante objetivas, as descrições não se aprofundam o suficiente, mas até por uma questão de credibilidade diante do desconhecido, o intuito é que o leitor faça por si mesmo uma pesquisa mais completa”.

O livro é realmente introdutório e tem um mérito que poucos possuem: diz muito com muito pouco. A edição que possuo, a primeira, tem pouco mais de 100 páginas, mas a quantidade de informações é tanta que somente um bom escritor conseguiria compactá-las de uma forma facilmente compreensível e, mais importante, sugestiva, a incentivar o leitor a descompactar muitas delas e estudar por conta própria. E este é o leitor que Alexandre gostaria de ter: “Meu leitor ideal é aquele que busca a confirmação ou refutação antes de formar juízo sobre a informação recebida. Tenho observado que as pessoas que pensam assim tendem a compreender melhor, em menos tempo e com mais profundidade”. Ele próprio dá exemplo de ser alguém assim.

Tive o prazer de conhecer o autor quando veio a Curitiba lançar seu primeiro livro, em 2013, na saudosa Livraria Danúbio. Temia encontrar um louco, pois era preciso estar maluco para querer publicar um livro por conta própria tendo por assunto algo tão vasto e complicado assim. Como a livraria estava cheia, fiquei esperando do lado de fora lendo o livro e já no primeiro parágrafo meu medo começou a se dissolver ao ler: “Não possuo qualquer autoridade no assunto e não tenho credencial que avalize o trabalho por antecipação”. Quando o evento na livraria acabou e pude conhecê-lo pessoalmente, o que mais me chamou a atenção foi sua humildade. De louco ele não tinha nada, era apenas corajoso de dar a cara a tapa com seu livro e esperar que, se alguma autoridade possuía, ela lhe seria conferida pelo próprio trabalho, mais nada. Depois desses dois livros e com mais dois no forno para este 2018, com promessa de um futuro romance, posso afirmar que a autoridade de Alexandre Costa só tende a crescer. Azar de quem não o conhecer.

Artigo publicado originalmente na Gazeta do Povo em 05/06/2018.

Francisco Escorsim é advogado, professor e palestrante. Escreve na Gazeta do Povo.


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Lavagem cerebral em capítulos




A manipulação de notícias tem sido um dos métodos de controle e manutenção do poder desde o surgimento da imprensa. Junto com a omissão das informações inconvenientes ou desagradáveis, distorcer a divulgação dos fatos de acordo com objetivos pré-determinados sempre funcionou melhor do que inventar acontecimentos. É menos arriscado do que a invenção pura e simples porque evita desmentidos que podem ser catastróficos, e permite reajustes em caso de desmascaramento. Esta regra tem funcionado muito bem para o jornalismo que pretende moldar a percepção do público no curto prazo. O trabalho de invenção fica a cargo da outra ponta da estratégia e visa resultados de médio ou longo prazo.

Quando os objetivos não se resumem a influir em decisões imediatas e buscam interferir de maneira mais duradoura nas percepções da audiência, a narrativa ficcional oferece resultados mais interessantes para os manipuladores. A distorção das notícias pode impactar de modo mais visível e conseguir respostas praticamente instantâneas, mas a ficção tem a capacidade de influenciar de maneira muito mais profunda, embora suas consequências possam aparecer de forma mais lenta.

Conciliar estas duas formas de manipulação costuma oferecer resultados muito próximos da perfeição. A ficção prepara o substrato que vai reagir às notícias conforme os interesses não declarados.

No caso do Brasil podemos identificar esta prática sendo aplicada diariamente. Enquanto as novelas, séries e filmes fornecem a matéria-prima que vai povoar o imaginário da população, a falsificação de notícias tende a provocar as reações desejadas, no momento adequado aos objetivos planejados. 

Este método de manipulação que utiliza a ficção e a “realidade” de maneira conjunta para moldar comportamentos e transformar a sociedade pode ser usado por razões políticas, mas funcionam ainda melhor quando dirigidos para questões de ordem moral ou social.

Ainda na década de 1960 tem início um processo de inserção de pautas contrárias aos valores comuns à sociedade. Mais tarde, com o fim do governo militar essa técnica foi aprimorada. Dezenas de novelas começam tratando o tema de forma paralela e expondo seu potencial polêmico, depois seguem avançando lentamente a sua importância dentro da trama e provocando debates públicos, colocando no centro da discussão assuntos que antes não faziam parte dos interesses da população. Em seguida o noticiário pinça exemplos que confirmam a “tendência” e extrapolam a sua relevância, tornando o tema cotidiano e inquestionável. Com o imaginário preenchido a aceitação da notícia encontra terreno fértil e diminui a resistência. Daí em diante a pauta se mantém, ganha notoriedade e o medo do isolamento atrai até mesmo aqueles que não concordam com ela, um fenômeno explicado no livro A Espiral do Silêncio, de Elizabeth Noelle- Neumann.

Em 1992 a TV Globo lançou uma minissérie chamada Anos Rebeldes. Consistia em uma visão romanceada do regime militar, que ali era chamado de “Anos de Chumbo”. Muito bem produzida e recheada de mulheres bonitas e jovens idealistas e corajosos, a peça de ficção rapidamente conquistou grande audiência. Além dos telespectadores cativos que a emissora sempre teve no horário, a dinâmica aventureira e a rebeldia embelezada capturaram também a atenção dos jovens, até então avessos a este tipo de programa.

A série durou dois meses e paulatinamente foi aprofundando a trama até chegar ao maniqueísmo pretendido: jovens que só tinham amor no coração lutando contra velhos militares malvados. Com o assunto instalado na mente das pessoas e, portanto, na pauta das conversas, vieram as edições do Globo Repórter e especiais do Fantástico confirmando cada detalhe do roteiro. Primeiro validaram os cenários e o figurino, fortalecendo a credibilidade do programa, e depois a história inteira. Pronto, estava montada toda uma narrativa que ainda permanece na mente da maioria da população brasileira, mesmo para aqueles que não assistiram e nem mesmo ouviram falar da produção.

O sucesso desta empreitada influenciou diversas outras iniciativas e foi evoluindo com o passar do tempo, culminando em Malhação, uma máquina de moldar mentalidades jovens que já existe há 26 anos e faria inveja a Pavlov, Goebbels ou Mengele. Malhação é o mais eficiente experimento de lavagem cerebral já produzido no Brasil, e como seu foco é a juventude, inexperiente, rebelde e imediatista por natureza, seus efeitos podem ser observados sem muita dificuldade: tudo aquilo que é inserido na novelinha apresenta resultados praticamente automáticos, bastando apenas um reforço do jornalismo militante. Todas as tendências e modas “sugeridas” de forma ostensiva ou sutil tornam-se padrão entre boa parte dos jovens que nem percebem que estão sendo conduzidos por aqueles que julga odiar. Curiosamente, os mesmos estudantes teleguiados que, obedecendo a partidos políticos vão à porta da emissora gritar “o povo não é bobo, abaixo a rede Globo” repetem as gírias, roupas e penteados lançados em Malhação.

Estes exemplos mostram como a estratégia de conciliar a ficção ideológica com jornalismo tendencioso tem funcionado com eficiência notável, especialmente entre os jovens. Mostram também que para sanear a mente das próximas gerações será preciso muito mais do que melhorar a propagação das notícias, mas principalmente construir um novo imaginário, um trabalho infinitamente mais complexo.


Alexandre Costa é autor dos livros Introdução à Nova Ordem Mundial, Bem-vindo ao Hospício e O Brasil e a Nova Ordem Mundial.

Texto publicado originalmente na revista Estudos Nacionais  (2018)

No Topo da Amazon

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Criminalidade, Audiências de Custódia e o mundo mágico dos ingênuos

Audiência de Custódia de Adélio Bispo, que esfaqueou Bolsonaro

Para quem ainda acredita que o problema da criminalidade desenfreada pode ser resolvida com abraços na lagoa ou soltando pombinhas, seguem os vídeos do Canal Brasileirinhos, que demonstram o caminho insensato que estamos percorrendo rumo ao caos absoluto.

Brasileirinhos 5 (Parte 1: nego é mau)



Brasileirinhos 5 (Parte 2: mortos fardados)


Brasileirinhos 5 (Parte 3: Vai todo mundo morrer)




Postagem recente que fiz no Facebook para divulgar os artigos de uma leitora:

Quem me acompanha sabe que considero a criminalidade o pior problema brasileiro. Não consigo pensar em algo mais grave do que 60.000 homicídios e 70.000 estupros por ano, por isso custo a entender a ingenuidade das pessoas que acreditam que esse problema será resolvido repetindo os remédios que estão matando o paciente. Na minha visão, esta questão deveria estar no centro da discussão eleitoral, mas sabemos que apenas um candidato (#EleSim) parece querer enfrentar esse problema.
As abomináveis audiências de custódia servem como exemplos dessas distorções que tomaram conta do debate sobre segurança pública. Além de incentivar a reincidência e revoltar as vítimas, desmoralizam as instituições e desmotivam os agentes que ainda se esforçam para combater e punir os criminosos.
A Promotora de Justiça Cláudia R Morais Piovezan está abordando o assunto com inteligência, conhecimento de causa e texto refinado. É uma honra ter uma leitora tão brilhante e qualificada.

Trecho do primeiro de três excelentes artigos: (links logo abaixo):
"De acordo com a justificativa inicial, o objetivo seria verificar a legalidade da prisão e se o preso sofrera violência policial, o que sempre fora realizado por meio da comunicação do flagrante para o juiz e para o promotor de justiça. No entanto, a justificativa inicial guardava um segredo, pois o que aparentava ser um inocente doce era, na verdade, um bombom envenenado, pois, em 09 de abril de 2015, foram assinados três acordos de cooperação entre CNJ, Ministério da Justiça e, vejam só, Instituto de Defesa do Direito de Defesa* que tinham por objetivo incentivar a difusão do projeto Audiências de Custódia em todo o País, o uso de medidas alternativas à prisão e a monitoração eletrônica buscando combater a “cultura do encarceramento” que alegavam ter se instalado no Brasil. Ou seja, os acordos firmados pelo CNJ logo após o início do projeto da audiência de custódia já demonstraram a quem e a que servia o malfadado ato judicial."
Obs *: O Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) é uma ONG idealizada por Márcio Thomaz Bastos. Precisa dizer mais alguma coisa?

Artigos da Promotora Cláudia R. Morais Piovezan:


Espiral do silêncio – Prefácio – Alexandre Costa

Capa do livro de Elisabeth Noelle-Neumann


Título: A Espiral do Silêncio - Opinião Pública: Nosso Tecido Social
Autora: Elisabeth Noelle Neumann
Editora: Estudos Nacionais
Edição: 1ª - Agosto de 2017
Formato: 16 x 23 cm
Páginas: 340
Link para comprar na Amazonhttps://amzn.to/2Ienrl2  

Prefácio - Alexandre Costa


A democracia não é uma dádiva. Nem no sentido de perfeição, muito menos no sentido de presente. Para ser verdadeira e estável, a dinâmica democrática exige que os seus pressupostos sejam constantemente aperfeiçoados e defendidos.  

Entre os princípios que constituem uma sociedade democrática está a liberdade de expressão, que consiste na materialização da liberdade da consciência, e é, portanto, fonte de todas as outras liberdades e condição sine qua non para a existência de uma coisa chamada individualidade humana.

Bem no meio dessa intrincada rede de sustentações composta de direitos e deveres, coletivos e individuais, encontra-se a “opinião”, essa palavra muito usada e pouco compreendida, que serve a variados propósitos e que frequentemente é alçada ao Olimpo sem a exigência da sua adequação à realidade.

Nos últimos anos tem aumentado o espaço e a relevância das opiniões pessoais. Tudo passou a ser nivelado como opinião, desde palpites espontâneos a escolhas racionais, passando por reflexos condicionados e palavras de ordem. Com o crescimento e a onipresença das redes sociais, o espaço e o acesso à opinião aumentaram consideravelmente, o que torna o assunto ainda mais importante para qualquer um que pretenda entender o panorama sócio-político.

Diante da importância cada vez maior destas novas formas de comunicação, que permitem a publicação das manifestações pessoais sem qualquer exigência de contrapartida, torna-se imprescindível refletir sobre a essência e os acidentes relacionados à formação, influência, cristalização e repercussão da opinião.

Em meus estudos sobre a cronologia dos planos de constituir um governo mundial, notei que ao longo do tempo um fator foi particularmente aprimorado com mais afinco que os demais. Depois de alguns projetos baseados principalmente na força militar, econômica e política, as iniciativas visando convencimento, persuasão e qualquer outro tipo de influência tornaram-se o foco das atenções destes planejadores, e por fim mostraram-se mais eficientes que os fuzis e as legislações. Mesmo quando comparada a outros aspectos como sistemas econômicos e iniciativas políticas, nenhuma outra área recebeu mais atenção daqueles que desejam controlar o mundo inteiro.

Como a eficácia deste tipo de iniciativa depende de um certo grau de discrição, a maioria das pessoas nem imagina que por trás de toda comunicação global, principalmente nos assuntos vitais e estratégicos, existe uma intenção deliberada de interferir na opinião das pessoas, com  técnicas, métodos e experimentos. Na verdade poucos sabem que o controle da opinião pública é tema de inúmeros estudos e tem sido beneficiado com financiamentos de valores incalculáveis.

Qualquer um que tenha pesquisado sobre os regimes totalitários que inspiraram os projetos que hoje são conhecidos como Nova Ordem Mundial sabe que a questão da manipulação da opinião é central nesse processo. De Antonio Gramsci à Escola de Frankfurt, passando por diversos outros pensadores, fica evidente que a estratégia mudou drasticamente após os fracassos dos regimes soviético e nazista. O foco, que era “mudar a sociedade de cima para baixo”, transformou-se em uma série de iniciativas que têm como objetivo mudar antecipadamente o pensamento do indivíduo e desta forma enfrentar menos resistência para as futuras implantações.

Basta pensar um pouco para perceber que de nada adianta lutar contra as iniciativas políticas e econômicas que compõem estes planos sem conhecer a estratégia insidiosa que se esconde na comunicação de massa. E assim que eu percebi que esta era a chave para compreender o panorama e prever os rumos das decisões políticas, passei a procurar pelos estudos sobre o tema. O que eu não esperava é que a maioria dos estudos mais sérios e documentados sobre a influência da comunicação na formação das opiniões levava a um assunto ainda mais específico e profundo, a Espiral do Silêncio.

A autora deste estudo, que serviu a muitos outros sobre ciência política, opinião pública e mídia é uma professora alemã, Elisabeth Noelle-Neumann, nascida em Berlim em 1916 e falecida em 2010. Seus estudos, iniciados ainda na década de 1960, demonstram, de forma objetiva e indiscutível, que a psicologia humana obedece a certos preceitos para a formação da opinião, seja pública ou individual.

Olavo de Carvalho, que foi o grande responsável por aprofundar as questões levantadas por Noelle-Neumann no Brasil, explica a peculiaridade desta questão eminentemente psicológica, que atinge o imaginário e talvez até o subconsciente das pessoas. O filósofo sintetiza a Espiral do Silêncio como um jogo de impressões e de emoções vagas, e não um processo de doutrinação ideológica. Tal característica exige uma observação muito mais atenta e um estudo mais apurado, o que torna este livro ainda mais necessário.

Como já estava habituado a não encontrar no Brasil alguns dos livros essenciais ao assunto que pesquisava, principalmente aqueles que desmontam ou simplesmente questionam as argumentações do status quo, não foi uma surpresa descobrir que o livro ainda não tinha uma edição brasileira.

Décadas depois, portanto, chega ao Brasil o livro que traz todas as informações necessárias para a compreensão dessa estratégia e que permite, ao leitor atento, imunizar a sua percepção de forma a não ser mais um idiota-útil.

Partindo de pesquisas realizadas nas eleições alemãs entre 1965 e 1971, a autora percorre um longo e detalhado caminho, mostrando passo a passo o funcionamento dos mecanismos que influenciam o posicionamento e a tomada de decisões.

Todo estruturado como uma aula, o livro lançado agora no Brasil pela editora Estudos Nacionais traz todas as etapas necessárias para a compreensão do que vem a ser a Espiral do Silêncio e suas entranhas.

O livro começa apresentando as ferramentas que serão utilizadas, avança para abordagens mais diretas sobre as questões relacionadas à opinião, suas características e particularidades, tudo com absoluta transparência e obedecendo a rigoroso método científico.

Logo no início o leitor já entende o que é, como funciona e quais os métodos utilizados, levantando hipóteses e abrindo para  uma abordagem muito profunda sobre o poder de influência do que a autora chama de isolamento, a força ativadora da Espiral do Silêncio.
Os capítulos vão se desenvolvendo de forma organizada e didática, com experimentos, entrevistas e cruzamento de dados entre vários estudos, tudo sustentado com uma enxurrada de exemplos.

Em menos de 30 capítulos Noelle-Neumann oferece a explicação de todo um sistema, que começa com a compreensão do tema central e continua com observações históricas e demonstrações práticas do seu funcionamento, o que permite ao leitor adquirir um aparato de conhecimentos e técnicas que vão abrir sua compreensão não apenas nas questões diretamente ligadas à ciência política, mas de toda comunicação de alguma forma relacionada com a opinião pública.

O ponto alto do livro, no meu entender, reside na capacidade da autora de entrar no tema sem se apegar a formalismos vazios ou academicismos desnecessários, mas vários outros aspectos merecem destaque.

Diluída em diversos momentos ao longo do livro, a demonstração da impossibilidade de avaliar a questão como uma simples fórmula matemática é outro ponto essencial do estudo. A opinião pública não é simplesmente a soma das opiniões pessoais e nem mesmo a média entre elas. A autora mostra detalhadamente como os mais variados fatores, muitas vezes desconexos e até mesmo aparentemente contraditórios, tendem a direcionar o pensamento e o comportamento de uma maneira que as pesquisas mais superficiais nunca poderiam ou poderão revelar. Com este olhar diferenciado o livro desmonta diversos métodos simplórios de aferição usados em pesquisas cotidianas e mostra como esses levantamentos também são usados para manipular a opinião pública.

Também merece registro o enfoque na observação da forma que as notícias são propagadas, jogando luz não apenas sobre o conteúdo transmitido, o que leva o leitor a compreender e identificar o corporativismo da imprensa, seus reais objetivos, muitas vezes não declarados, e seus métodos de manipulação, exagero e ocultação da informação circulante.

Este livro oferece ainda o mais precioso dos instrumentos para demonstrar que existe manipulação deliberada na transmissão da informação. E prova que a aplicação da Espiral do Silêncio não é espontânea e definitivamente não é um fato isolado. Esta questão é decisiva porque muitas pessoas intuitivamente desconfiam que existe algum tipo de manipulação das informações, mas só conseguem enxergar interesses pontuais sobre a distorção de uma notícia, sem perceber que existem ligações com várias outras.

Com o politicamente correto onipresente e a disseminação avassaladora das iniciativas de engenharia social, o lançamento da primeira versão brasileira deste clássico é motivo de comemoração para todos que tenham interesse em proteger a sanidade das suas opiniões e dos seus posicionamentos.

Boa leitura!

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