Comentário do segundo leitor de "O Novato"



Fui a segunda pessoa a ler o conto de estréia do meu amigo Alexandre Costa, ‘O Novato’, depois apenas de sua mãe. Desconfiando da parcialidade da progenitora, Alexandre pedia-me, então, algumas palavras sinceras. Vou repetir agora em público o que na ocasião lhe disse em privado: excelente!

A história – concebida como uma continuação e um contraponto ao clássico ‘Feliz Ano Novo’ de Rubem Fonseca – narra o primeiro dia de trabalho do soldado Marcelo.
Se em Rubem Fonseca respira-se um ar nauseabundo -- que começa com mijo, masturbação, baseados e farofa de macumba para terminar em assalto, estupro e homicídio --, em O Novato o leitor compartilhará da tensão, das expectativas e dos valores de Marcelo, que “buscava o equilíbrio e o controle para honrar o compromisso firmado com seus superiores”, que traz no bolso da farda a medalha de Santo Antonio que ganhou da esposa, com uma foto da filha de três anos colada no verso.

As descrições e adjetivações são precisas, não há exagero; os diálogos são naturais.

“Saíram da avenida. A viatura deslizava apagada e as ruas ficavam mais escuras conforme avançavam bairro adentro. O Tenente fez um sinal. O piloto reduziu e quase parou. O silêncio era absoluto, dentro e fora da viatura.
-- O que aqueles vagabundos estão fazendo ali?”

Se o amigo quer saber o que aconteceu aos bandidos de ‘Feliz Ano Novo’ após deixarem a mansão naquele 31 de dezembro ; se quer saber como terminará o primeiro dia de trabalho do soldado Marcelo, aceite a recomendação: leia O Novato. A cena final é estupenda. Eu diria, mesmo, que é redentora.

Morre um bandido, nasce um ficcionista. Parabéns Alexandre!

- Luiz Cezar de Araujo é escritor, autor de " A Vida é Traição" e de um romance que deve ser lançado em breve.

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