Primeiros Passos - Parte 4

Nesta postagem vamos concentrar os esforços na formação do sujeito cognoscente responsável e atento, e na compreensão de que o universo é inteligível e por meio da observação, ou, mais especificamente, da contemplação, podemos alcançar muitos conhecimentos.

Felicidade é capacidade de contemplação

Quanto mais se desenvolve a nossa faculdade de contemplar, mais se desenvolvem as nossas possibilidades de felicidade, e não por acidente, mas justamente em virtude da natureza da contemplação. Esta é preciosa por ela mesma, de modo que a felicidade, poderíamos dizer, é uma espécie de contemplação.

Aristóteles, - Ética a Nicômaco


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Leia Sobre a vida contemplativa - Tomás de Aquino 


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É verdade que a existência humana sobre a Terra é luta, divisão, precariedade, carência, incompletude. Mas fazer da mutilação um princípio metafísico absoluto, ou mesmo uma característica estrutural e imutável da essência humana sempre me pareceu um abuso, uma projeção universalizante de experiências contingentes, ou, pelo menos, é fazer do estado humano médio a régua máxima da perfeição concebível. É a covardia, é a depressão que leva um homem a culpar o universal, fundando sua derrota num princípio metafísico que é apenas a ampliação paranóica da sua própria divisão interior. Quem cede a essa tentação torna-se em breve incapaz de conceber a idéia mesma de universalidade, que casa inseparavelmente a unidade e a infinitude. O universal está, por definição, acima de todas as culpas, porque está acima de todas as divisões.

De outro lado, o esforço de justificar o universal tomou com freqüência o sentido de um racionalismo, buscando demonstrar a racionalidade do real tomado como um todo. Ora, racionalidade, se bem compreendida, não é outra coisa senão proporcionalidade e harmonia (ratio = proportio); e um todo não pode ser dito harmônico e proporcional senão de uma destas duas maneiras: ou em relação a um outro todo, ou na conformação de suas partes constituintes. O universal caía fora da possibilidade de ser captado por uma ou outra dessas categorias, na medida em que, por um lado, era único e sem segundo, e, de outro lado, sua unidade transcendia a de uma mera relação entre partes. Deste modo, atribuir ao universal quer a racionalidade, quer a irracionalidade, me parecia um abuso tão grande quanto o de negar o universal mediante um dualismo irrecorrível.

Desde muito cedo, portanto, se desenvolveu em mim a convicção de que a unidade do universal é metafisicamente necessária e de que, por outro lado, ela não cabe nos nossos conceitos correntes de razão e irrazão.

Da Contemplação Amorosa - Olavo de Carvalho

4 comentários:

Anônimo disse...

Hola, yo me quedo con esto:

"Felicidade é capacidade de contemplação"

Buen post, felicidades ;D

ana disse...

Não creio que a contemplação por si só seja o meio possível para encontrar a felicidade!

Parabéns pelo blog e obrigada por seguir o meu blog!
:)
ana

Anônimo disse...

Parabens.

*Mundo Particular* disse...

Olá!! Gostei mto daqui. Por isso também vim fazer parte. Bjo carinhoso!!