Detalhe do quadro Amor Vincit Omnia, de Caravaggio |
A boa música é uma das maiores conquistas da humanidade. Uma relação harmônica entre ritmo e melodia pode não apenas contribuir para ordenar e equilibrar ciclos e ritmos corpóreos, mas também e principalmente para impressionar de forma positiva a mente humana.
Acredito que por meio do ritmo a música traz benefícios ao organismo físico, e a melodia, por sua vez, beneficia a mente e o espírito. A melodia tem uma influência decisiva na expansão do imaginário e, portanto, na construção do conhecimento e no aperfeiçoamento da inteligência.
Todo este potencial deixa evidente a importância da escolha da trilha sonora da nossa vida.
É claro que não existe uma regra geral que funcione para todos, mas é claro também que é possível encontrar certa hierarquia entre as obras, que justifique algumas escolhas e isso nada tem a ver com o gosto pessoal, que certamente vai variar de cabeça para cabeça. O importante é perceber que existe diferença de qualidade entre as músicas. Ou será que podemos colocar Bach e os pagodeiros no mesmo saco?
Insistindo que não existe fórmula mágica, pretendo apenas compartilhar um método de elevação da cultura musical que aprendi com um grande amigo, violonista de grande talento que foi editor de partituras da Orquestra Experimental de Repertório. Disse ele certa vez que devido à massificação da música popular de baixa qualidade, nossa cultura musical dificulta a absorção da música erudita e que para superar esta deficiência basta seguir três dicas bem simples:
1 – Escolha, dentre os clássicos, aquele que mais agrada aos seus ouvidos e ouça até enjoar. Perceba a ordem, a velocidade, os tempos; identifique os instrumentos, os timbres e os silêncios; repita a melodia mentalmente, muitas vezes, até que todos os movimentos estejam “decorados”.
2 – Procure saber o que as pessoas que entendem do assunto dizem sobre a obra, conheça a vida do compositor e o seu tempo. Perceba as formas utilizadas, pesquise a nomenclatura e a finalidade prática da obra na época de sua composição.
3 – Conheça obras relacionadas, da mesma época, do mesmo gênero; pesquise as influências e os influenciados. Sem perceber, seu universo musical vai se ampliar significativamente e os efeitos de ordem física serão apenas benefícios paralelos perto do bem que você vai fazer à sua inteligência.
Em poucas semanas você vai sentir a diferença. A má notícia é que você não vai mais suportar ouvir rádio.
4 comentários:
Boa.
hahaha eu também NÃO SUPORTO ouvir rádio, ainda mais com essa modinha de "sertanejo universitário". Blog muito bom, parabéns!
perfeita observacao
brilhante.....
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